No ultrassom morfológico do segundo trimestre, uma avaliação sistemática e detalhada de várias estruturas fetais é realizada para detectar anomalias congênitas e avaliar o desenvolvimento fetal. As estruturas observadas incluem:
Crânio e Cérebro: A avaliação inclui a visualização do crânio, ventrículos laterais, plexos coróides, cavo do septo pelúcido, tálamo, cerebelo, cisterna magna e a linha média cerebral. A detecção de anomalias como hidrocefalia, holoprosencefalia e malformações do tubo neural é crucial.
Face: A face é examinada para identificar o perfil, lábios, narinas e órbitas. Anomalias como fenda labial e palatina podem ser detectadas.
Coluna Vertebral: A coluna é avaliada em cortes sagitais e transversais para verificar a integridade das vértebras e a presença de defeitos do tubo neural, como espinha bífida.
Tórax e Coração: A avaliação cardíaca inclui a visualização das quatro câmaras, tratos de saída, arco aórtico e ducto arterioso. A visão das três artérias e traqueia (3VT) é usada para detectar anomalias cardíacas complexas. O tórax é examinado para verificar a simetria pulmonar e a presença de massas.
Abdômen: A avaliação abdominal inclui a visualização do estômago, fígado, vesícula biliar, rins, bexiga e inserção do cordão umbilical. Anomalias como gastrosquise, onfalocele e hidronefrose podem ser identificadas.
Extremidades: Os membros superiores e inferiores são examinados para verificar a presença e o comprimento dos ossos longos, mãos e pés. Anomalias como displasia esquelética e polidactilia podem ser detectadas.
Genitália: A genitália externa é avaliada para determinar o sexo fetal e identificar anomalias como ambiguidade genital.
Placenta e Líquido Amniótico: A localização da placenta, sua maturidade e a quantidade de líquido amniótico são avaliadas para detectar condições como placenta prévia e oligoidrâmnio.
A American Institute of Ultrasound in Medicine recomenda a inclusão dessas estruturas na avaliação de rotina do segundo trimestre para melhorar a detecção de anomalias congênitas.
As anomalias fetais mais frequentemente detectadas durante o ultrassom do segundo trimestre incluem:
Defeitos do tubo neural: Estes são frequentemente identificados e incluem anencefalia, espinha bífida e encefalocele.
Anomalias cardíacas: Defeitos cardíacos congênitos são comuns e incluem defeitos do septo ventricular, transposição das grandes artérias, tetralogia de Fallot e coarctação da aorta.
Anomalias cromossômicas: Marcadores ultrassonográficos como espessamento da prega nucal, cistos do plexo coróide e foco ecogênico intracardíaco podem levar à suspeição de síndromes genéticas (exemplo: Síndrome de Down / Trissomia 21).
Anomalias do trato geniturinário: Hidronefrose, rins multicísticos e agenesia renal são frequentemente observados.
Anomalias do sistema nervoso central: Hidrocefalia, holoprosencefalia e agenesia do corpo caloso são detectáveis no segundo trimestre.
Anomalias esqueléticas: Displasias esqueléticas, como acondroplasia e osteogênese imperfeita, podem ser identificadas.
Anomalias gastrointestinais: Gastrosquise e onfalocele são frequentemente diagnosticadas.1
